quinta-feira, 7 de outubro de 2010

PLANO 8 - OUTUBRO - Docks & Mocks


Documentário - gênero cinematográfico que propõe-se a explorar a veracidade dos fatos e se utiliza de depoimentos, entrevistas e documentos para demonstrar a verdade, tentando manter-se afastado da subjetividade. Em outubro, o Plano 8 traz uma seleção de filmes que exploram esta linguagem para contar histórias sejam elas verídicas ou não. Além de documentários, trazemos ao público alguns mockumentários (falsos documentários) e filmes híbridos, subvertendo o gênero e mostrando novas possibilidades de utilização desta linguagem.


06 de Outubro
O Equilibrista
Man on Wire
Reino Unido, 94 min, 2008
Direção: James Marsh
Elenco: Philippe Petit, Annie Allix, Jean-Louis Blondeau, David Forman, Barry Greenhouse, Ardis Campbell, David Demato

Em O Equilibrista, temos parte da trajetória artística de Philipe Petit sendo revelada. Um aventureiro voraz, com uma capacidade de concentração e foco notáveis, ele ficou conhecido por atravessar os lugares mais improváveis do mundo. Quando mais jovem, e isso é revelado no filme, ele viu em algum veículo que seriam construídos dois grandes prédios nos Estados Unidos e então o World Trade Center passou a ser uma obsessão. Todo o processo e as idas e vindas do grupo para alcançar essa meta é bem detalhado. Vencedor do Oscar e BAFTA de melhor documentário, O Equilibrista nos coloca não diante de um louco, mas do espantoso vislumbre de uma experiência sublime.

13 de Outubro
This Is Spinal Tap
This is Spinal Tap
EUA, 1984, 82 min.
Direção: Rob Reiner
Elenco: Rob Reiner, Christopher Guest, Michael McKean, Harry Shearer, Fran Drescher

This is Spinal Tap é um falso documentário (conhecido como "mocumentário") sobre uma fictícia banda inglesa de rock - o Spinal Tap - durante uma turnê. O filme mostra, por meio da linguagem específica do documentário, situações por vezes hilárias e bizarras, quase sempre acontecimentos frutos do comportamento excêntrico de "estrelas do rock": adereços de palco que não funcionam, um stonehenge na escala errada que é quase "pisoteado por anões", bateristas que entram em combustão espontânea, entre outros absurdos hilariantes. Um filme dos mais divertidos da carreira de Rob Reiner.

20 de Outubro
O Anti-Herói Americano
American Splendor
EUA, 2003, 100 min.
Direção: Robert Pulcini , Shari Springer Berman
Elenco: Paul Giamatti, Hope Davis, James Urbaniak, Chris Ambrose , Joey Krajcar

O filme baseado na obra “American Splendor” e na vida de seu autor, Harvey Pekar, conta a história real de um homem comum e neurótico que trabalha como balconista em Cleveland e que, ao ver seu amigo e quadrinhista Robert Crumb (ilustrador de “American Splendor”), tornar-se celebridade em São Francisco, resolve se inserir neste meio como roteirista e mudar sua vida. O filme utiliza o humor ácido e pessimista para mostrar a decadência do modo de vida americano. Por meio de entrevistas com Harvey Pekar, sua esposa e conhecidos, excelentes atuações de Paul Giamatti e Hope Davis e desenhos animados de Robert Crumb, “Anti-herói Americano” é uma combinação de ficção e realidade que subverte a cinebiografia e a mistura com a linguagem do documentário.

27 de Outubro
Zelig
Zelig
EUA, 1983, 79 min.
Direção: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Mia Farrow, Patrick Horgan, John Buckwalter, Marvin Chatinover

Woody Allen já era um cineasta respeitado quando fez essa obra-prima da sétima arte. Passado nos anos 20 e 30, o filme conta a história de Leonard Zelig (Allen) que tem a capacidade de mudar sua forma para se igualar às pessoas que o cercam e sua relação com a dra. Eudora Fletcher (Mia Ferrow) que tanta curá-lo. Zelig se utiliza de cinejornais e filmes da época inserindo personagens através de técnicas fotográficas elaboradas, resultando em um dos maiores mockumentários de todos os tempos, um divertido e ao mesmo tempo comovente retrato sobre o espírito humano e sua auto-estima.

I Workshop de Produção Audiovisual


A equipe do projeto Plano 8 - Clube de Cinema do IA está promovendo, nos dias 16/10, 23/10, 06/11, 20/11 e 27/11, o I Workshop de Produção Audiovisual. Destinado a estudantes da rede estadual, o curso será ministrado por alunos de graduação e mestrado em Artes Visuais e Artes Cênicas do Instituto de Artes da UNESP e visa apresentar aos jovens de escolas públicas o mundo da produção audiovisual. Este workshop tem o seu foco voltado para o campo das Artes Visuais e pretende mostrar aos alunos em idade (ou próximos) de prestar vestibular um novo horizonte profissional.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Estréia do curta: A DOI2


Humildemente tomo o espaço do blog para convidar à todos para o lançamento do meu novo curta-metragem "A Doi2".
O curta é dividido em seis partes, cada uma representando um diferente estágio do relacionamento entre um roteirista amador e uma garçonete. Uma comédia romântica onde as idiossincrasias dos personagens tomam lugar importante em seus diálogos, o filme é testemunha das relações interpessoais de seu tempo, de uma forma leve e sempre bem-humorada.

A exibição será dia 08 de outubro (sexta-feira) às 20h30 na Cinemateca Brasileira, onde fará parte do Curta Cinemateca Especial juntamente com outros cinco curtas: "Amazônia, Você ainda vai estar Lá" (de Alexandre N. Almeida), "Cerimônia" (de Francine Barbosa), "Noite Quente" (de Rafael Jannarelli e Gabriel Morais), "Trilhas" (de Fábio Salva) e "Xeque-Mate" (de Aline Biz).

A DOI2
12'30"
São Paulo, 2010, cor
Com: Luiza Torres, Velson D'Souza, Pedro Bacellar e Heloísa Barrozo
Roteiro: Freddy Leal
Direção de Fotografia: Ricardo Guidara
Direção de Arte: Paula Aviles
Figurino: Paula Aviles
Som Direto: Rogério Ota
Sound Design: Ricardo Aquino
Trilha Sonora: Guilherme Schwenck e Eduardo Boletti
Produção de Elenco: Pedro Bacellar
1º Assistente de Direção: Carolina Cristiani
2º Assistente de Direção: Carolina Rozin
Produção: Freddy Leal
Direção: Freddy Leal

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

8o. Festival Internacional de Cinema Infantil

O 8o. FICI já tem data! Começa hoje, dia 10/09, em todos os cinemas da rede Cinemark. Serão exibidos filmes infantis diversos até o dia 19 de setembro. O ingresso custa R$5,00 para crianças e adultos e a programação está imperdível! Confira: http://festivaldecinemainfantil.com.br/2010/index.php/programacao

sábado, 4 de setembro de 2010

Mostra Mundo Árabe de Cinema


Desde o dia 03 até o dia 29 de setembro, está acontecendo em São Paulo a 5a. Mostra Mundo Árabe de Cinema (MOMA). Realizada pelo Instituto da Cultura Árabe em parceria com o SESC-SP, a Casa Árabe de Espanha e a Prefeitura Municipal de São Paulo, a mostra trará o tema: "Muitas formas de migrar: sensações... resistência... liberdade" e suas exibições ocorrerão no CineSesc (2 a 12/9), Centro Cultural São Paulo (14 a 19/9), Galeria Olido (14 a 23/9), Centro Cultural da Juventude (15 a 29/9), Clube Atlético Monte Líbano (4, 6 e 7/9), CineMulher (10 e 11/9) e Esporte Clube Sírio (18 e 26 de setembro).


Para mais informações, sobre a mostra, programação, calendário, ingressos e muito mais acesse: http://mundoarabe2010.icarabe.org/

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

PLANO 8 - SETEMBRO - Música e Cinema


Em Setembro, o Cineclube Plano 8 traz, além de uma incrível seleção de filmes, uma participação especial no 20o. Festival UNESP Ritmo e Som com a apresentação do filme "A Carne e o Diabo" acompanhado de trilha sonora ao vivo, executada pelo grupo Basavizi.

01 de setembro
Spellbound, Quando Fala o Coração
Spellbound
Estados Unidos, 1945, 11 min.
Direção: Alfred Hitchcock
Elenco: Ingrid Bergman, Gregory Peck, Michael Chekhov, Leo G. Carroll, Rhonda Fleming

Gregory Peck é o Dr. Edwards que, recém contratado como diretor de uma clínica para doentes mentais, começa a apresentar um estranho comportamento. A situação complica quando uma psiquiatra, Constance, se apaixona pelo Dr. Edwards. Excelente trilha sonora vencedora do Oscar por Miklos Rozsa, que foi pioneiro no uso de um instrumento chamado de teremim, um dos primeiro instrumentos musicais totalmente eletrônicos, tocado sem a manipulação física do
instrumentista, e produz um som um tanto assustador, posteriormente utilizado em diversos filmes de suspense, rock psicodélico e música de vanguarda.


08 de setembro
Morangos Silvestres
Smultronstället
Suécia, 1957, 91 min.
Direção: Ingmar Bergman
Elenco: Victor Sjöström, Bibi Andersson, Ingrid Thulin, Gunnar Björnstrand, Jullan Kindahl

Vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim de 1958, explora os planos da realidade, do sonho e da memória para recompor a trajetória do médico Isak Borg, vivido magistralmente por Victor Sjöström. Na noite que antecipa sua viagem a Lund para receber um título honorífico na universidade local, Victor tem um pesadelo que o confronta com a realidade da morte.
Bergman traça uma espécie de road-movie existencial, onde Victor recorda sua vida e contrasta sua história com as pessoas que cruzam seu caminho: um casal em crise e um bando de jovens cheios de energia e esperança. Entre o passado, o presente e a imaginação, Victor abandona as
angústias e experimenta uma nova comunhão com a vida.


15 de setembro
Era Uma vez no Oeste
(C’era una Volta il West)
Estados Unidos/ Itália, 1968, 165 minutos
Direção: Sergio Leone
Elenco: Claudia Cardinale, Henry Wolff, Charles Bronson, Henry Fonda, Jason Robards

Sergio Leone resgata todo o respeito e a certeza de que os faroestes poderiam ser bons filmes, não apenas entretenimento barato. Jill (Claudia Cardinale) é uma ex-prostituta de New Orleans que largou a vida na cidade grande para casar com Brent McBain (Frank Wolff), dono de uma propriedade no meio do nada, viúvo e pai de três lindas crianças. Quando Jill chega à fazenda “Água Doce”, encontra uma chacina na sua nova família pela posse de suas terras, que em breve será caminho de uma importante ferrovia.
O ritmo do filme é bem lento, calculado para criar “a sensação dos últimos suspiros que uma pessoa exala antes de morrer. Era Uma Vez no Oeste é, do começo ao fim, uma dança da morte” (Sergio Leone). O fator determinante dessa atmosfera é a trilha sonora, desde os temas elaborados para cada personagem, até a ausência de música e a importância dos sons naturais. A música sempre teve uma importância fundamental nos filmes de Leone, mas aqui elas ganham sua máxima relevância.


22 de setembro
A Vida é Dura: A História de Dewey Cox
(Walk Hard: The Dewey Cox Story)
EUA, 2007, 96 minutos
Direção: Jake Kasdan
Elenco: John C. Reilly, Jenna Fischer, Raymond J. Barry, Margo Martindale, Kristen Wiig

Ao contar a história da dura vida de Dewey Cox, um famoso cantor fictício, que se tornou lenda nos Estados Unidos, “A Vida é Dura” parodia cinebiografias de músicos conhecidos, traçando uma linha do tempo do Rock’n Roll. A ascensão, queda e nova ascensão de Dewey Cox, músico nascido no interior do Alabama nos anos 1940, é uma coletânea de momentos vividos por grandes nomes do gênero cuja trajetória foi repleta de altos e baixos. Entre esses nomes estão Bob Dylan, Buddy Holly, Elvis Presley, Roy Orbison, Jim Morrison, Ray Charles, Jerry Lee Lewis e, principalmente Johnny Cash. A trilha sonora foi indicada ao Grammy e ao Globo de Ouro e, com muita qualidade, reflete satiricamente as mudanças de estilo pelas quais o Rock’n Roll passou durante seus anos de ouro.


29 de setembro
Fantasia
Fantasia
EUA, 1940, 124 min.
Direção: vários

Este clássico atemporal da animação foi produzido a partir de músicas de grandes compositores eruditos e interpretados pela Orquestra da Filadélfia sob regência de Leopold Stokowski. Veja novamente - ou se nunca viu, aproveite - o balé de crocodilos e hipopótamos ao som de Dança das Horas de Ponchielli, as criaturas mitológicas ao som de Sinfonia Pastoral de Beethoven, a teoria evolucionista com Sagração da Primavera de Stravinsky, as estações do ano com O Quebra-Nozes de Tchaikovsky, o famoso segmento onde Mickey é um atrapalhado aluno de feitiçaria tentando controlar as vassouras animadas ao som de Aprendiz de Feiticeiro de Paul Dukas, entre outros. Bach, Mussorgsky e Schubert também tem suas versões ilustradas nesse grande clássico da animação mundial.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

21º Curta Kinoforum - Festival de Curtas-Metragens de São Paulo


Do dia 19/08 a 27/08 está acontecendo o 21° Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo - Curta Kinoforum, um festival de cinema voltado à exibição de curtas-metragens do mundo inteiro. Promovendo um intercâmbio cultural por meio de exibições, debates, retrospectivas, parcerias com escolas, convidados especiais e outras atrações para o público fã da sétima arte, o Festival tem como foco principal a discussão das diversas formas de se fazer cinema.

A programação está espalhada por São Paulo, em diversas salas e cinematecas da cidade. Acesse o site e monte seu itinerário!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

FICI - Festival Internacional de Cinema Infantil

O FICI está chegando e para quem é aficcionado por cinema e gosta do gênero infantil, vale a pena dar uma olhada na programação. O Festival Internacional de Cinema Infantil está em sua oitava edição e, entre clássicos consagrados, curtametragens e exibições de filmes que ainda não foram lançados no país, mais de 240 filmes infantis foram exibidos nos cinemas brasileiros nos últimos anos. Este ano teremos a possibilidade de ver 90 filmes em 9 cidades diferentes e o grande destaque é a pré-estréia nacional do filme "Eu e meu guarda-chuva" de Toni Vanzolini.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

PLANO 8 - AGOSTO - Relações em Família!


O Plano 8 traz, no mês de agosto, filmes que retratam diversas nuances de emoções que permeiam as relações familiares. Ora cômicas, ora trágicas, as famílias – sejam elas unidas por laços de sangue, por afinidades ou interesses – são palco para inúmeras histórias que apresentam múltiplos pontos de vista. Filmados de diferentes ângulos e por diretores de origens, situações sociais e visões de mundo tão distintas, os quatro filmes nos levam a visitar situações que, agradáveis ou não, poderiam se passar no íntimo de nossos lares.

04/08
Como Água Para Chocolate
(Como Agua para Chocolate)
México, 1992, 105 min.
Direção: Afonso Arau
Elenco: Marco Leonardi , Lumi Cavazos , Regina Torné , Mario Iván Martínez , Ada Carrasco

Baseado no best-seller homônimo de Laura Esquivel, o drama se passa na fronteira entre o México e o Texas e a narrativa se dá ao redor do amor impossível entre Pedro e Tita, retratando o México do começo do século XX, sua rica cultura, costumes tradicionais e acontecimentos políticos marcantes. Criada na cozinha, Tita desenvolveu não só seu paladar e olfato relacionados à comida, mas também suas emoções. Sendo a mais nova das três filhas de Mãe Elena, uma viúva rígida e amarga, Tita foi proibida de se casar com Pedro, seu grande amor, pois as tradições locais diziam que a filha mais nova haveria de ser solteira para cuidar da mãe na velhice. Ao ver seu amado casando-se com Rosaura, sua irmã mais velha, como único recurso de aproximação, Tita revela seus sentimentos através da comida que prepara, adicionando pitadas de encanto e fantasia aos dramas familiares.

11/08
A Excêntrica Família de Antonia
(Antonia)
Holanda e Bélgica, 1995, 102 min.
Direção: Marleen Gorris
Elenco: Willeke van Ammelrooy, Els Dottermans, Veerle van Overloop, Jan Decleir

Ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro em 1996, A Excêntrica Família de Antonia retrata a vida de Antonia que, ao final da Segunda Guerra Mundial, retorna com sua filha Danielle ao vilarejo onde nasceu disposta a recomeçar a sua vida. Considerado um ícone do cinema feminista, Marleen Gorris conta com maestria a história de cinco gerações da família de Antonia, uma mulher independente e generosa, assim como os curiosos personagens que habitam o vilarejo. As mulheres, quase sempre em primeiro plano, dão o tom desta narrativa que celebra a vida, a liberdade e a justiça, nem sempre da maneira mais ortodoxa.

18/08
Festa de Família
(Dogme 1 - Festen)
Dinamarca, 1998, 106 min.
Direção: Thomas Vinterberg
Elenco: Ulrich Thomsen , Henning Moritzen , Thomas Bo Larsen , Paprika Steen , Birthe Neumann
Festa de Família é o primeiro filme do movimento dinamarquês, Dogma 95, que tem como objetivo romper com o cinema comercial e, para isso, criou uma série de normas a serem seguidas para que o filme se torne o mais natural e próximo da realidade possível. O filme conta a história de Helge, o patriarca de uma família que, ao completar 60 anos, decide comemorar seu aniversário reunindo sua grande família em um hotel no campo. Durante a celebração de seu aniversário, os segredos dos personagens vão sendo descobertos e diversos temas polêmicos como a pedofilia, o preconceito e o adultério, entre outros tabus, são discutidos. Festa de Família é uma crítica à hipocrisia e aos valores da família como instituição.

25/08
Conversando com Mamãe
(Conversaciones con Mamá)
Argentina, 2004, 90 min.
Direção: Santiago Carlos Olves
Elenco: China Zorrilla , Eduardo Blanco , Ulises Dumont , Silvina Bosco , Floria Bloise

Jaime tinha um bom salário, sustentava sua bela casa e sua perfeita família de classe média alta. Tudo parecia ótimo até ele ser despedido e ver-se em dificuldades financeiras. Sem poder sustentar seu modo de vida antigo, Jaime e sua esposa resolvem que a única saída é vender o apartamento no qual sua mãe mora e, para isso, ele precisa convencer sua mãe octogenária a mudar-se para a casa onde mora Jaime, a esposa, dois filhos e a sogra. Tudo se complica quando Jaime visita sua mãe e ela lhe dá a notícia de que está namorando um homem muitos anos mais novo. E, tentando convencer sua mãe a se mudar, Jaime relembra de como era sua vida, de quais eram seus valores e descobre em sua casa uma família que não mais conhecia. As graciosas conversas entre mãe e filho revelam um microcosmo que pode ser visto como um resumo da sociedade argentina contemporânea.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

TV Cultura

Olá pessoal , segue vídeo do programa Login que participei falando dos meus trabalhos e minha paixão por cinema

Márcio Desideri

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Festival de cinema latino-americano

O Festival Latino-americano de São Paulo de 2010 começa hoje, dia 12, e vai até 18.

As exibições ocorrem no Memorial da América Latina, Sala Cinemateca BNDES, Cinusp, MIS e Cinesesc, sempre com entrada franca.

Segue a programação:

MEMORIAL SALA 1
MEMORIAL DA AMERICA LATINA
AUDITÓRIO SIMÓN BOLÍVAR- SALA 1 - 876 lugares
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 - Portão 13 - Barra Funda
Tel. (11) 3283-4646


12 de julho (segunda-feira) - Sessão de Abertura (para convidados)
21h - Água Fria do Mar (Paz Fábrega, C.Rica/Fra/Esp/Hol/Mex, 2009, 83 min, Digibeta)

13 de julho (terça-feira)
15h - A Que distância (Tania Hermida, Equador, 2006, 92 min, Digibeta)
17h - Plata Quemada (Marcelo Piñeyro, Arg/Esp/Uru, 2000,125 min, 35mm)
19h - O Cego Que Gritava Luz (João Batista de Andrade, Brasil, 1996, 73 min, 35mm)
21h - Eldorado (Paula Goldman, Brasil, 2010, 42 min, HDCAM)

14 de julho (quarta-feira)
15h - O Tronco (João Batista de Andrade, Brasil, 1989,109 min, 35mm)
17h - Gigante (Adrián Biniez, Uru/Arg/Ale/Hol, 2009, 90 min, 35mm)
19h - Cidade de Deus (Fernando Meirelles, Katia Lund, Brasil, 2002,130 min, 35mm)
21h - Memórias do Desenvolvimento (Miguel Coyula,Cuba/EUA, 2010,120 min, HDCAM)

15 de julho (quinta-feira)
15h - O Filho da Noiva (Juan José Campanella, Arg/Esp, 2001,124 min, 35mm)
17h - Mente (Rafi Mercado, Porto Rico, 2009, 94 min, 35mm)
19h -25 Olhares - 200 Minutos - Parte 1 (Vários Diretores, Argentina, 2010, 88 min, 35mm)
20h - Sessão Comemorativa do Bicentenário da Independência
A Mala (Raúl Ruiz, Chile, 1964, 20 min, DVCAM)
Terça-Feira 13 (Domingo Olavarría, Venezuela, 2010, 7 min, Digibeta)
Marina, a Esposa do Pescador (Carlos Hernández, Colômbia, 2009,13 min, 35mm)
O Herói (Carlos Carrera, México, 1993, 5 min, 35mm)
Rei Morto (Lucrecia Martel, Argentina, 1995, 20 min, 35mm)

16 de julho (sexta-feira)
15h - Whisky (Juan Pablo Rebella, Pablo Stoll, Uru/Arg, 2003, 95 min, 35mm)
17h - Memórias do Desenvolvimento (Miguel Coyula,Cuba/EUA, 2010,120 min, HDCAM)
19h - Ao Mar (Pedro González-Rubio, México, 2009, 73 min, 35mm)
21h - Dois Irmãos (Daniel Burman, Argentina, 2010,107 min, 35mm)

17 de julho (sábado)
15h - Kamchatka (Marcelo Piñeyro, Arg/Esp/Ita, 2002,103 min, 35mm)
17h - Mente (Rafi Mercado, Porto Rico, 2009, 94 min, 35mm)
19h - Zona Sul (Juan Carlos Valdivia, Bolívia, 2009, 109 min, 35mm)
21h - A Guerra dos Vizinhos (Rubens Xavier, Brasil, 2009, 84 min, 35mm)

18 de julho (domingo)
15h - Zona Sul (Juan Carlos Valdívia, Bolívia, 2009, 109 min, 35mm)
17h - As Viúvas das Quintas-Feiras (Marcelo Piñeyro, Arg/Esp, 2009, 122 min, 35mm)
20h - O Homem Que Virou Suco (João Batista de Andrade, Brasil, 1979, 90 min, 35mm)



MEMORIAL SALA 2
MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA
AUDITÓRIO SIMÓN BOLÍVAR -SALA 2 - 773 lugares
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 - Portão 13 - Barra Funda
Tel. (11) 3283-4646


13 de julho (terça-feira)

16h - Gasolina (Julio Hernández Cordón, Guatemala, 2008, 71 min, Digibeta)
18h - Juntos (Nicolás Pereda, Mex/Can, 2009, 73 min, Digibeta)
20h - Paraíso (Héctor Gálvez, Per/Ale/Esp, 2009, 91 min, Digibeta)

14 de julho (quarta-feira)
16h - Cinzas do Paraíso (Marcelo Piñeyro, Argentina, 1997, 123 min, 35mm)
18h - E Sua Mãe Também (Alfonso Cuarón, México, 2001, 105 min, 35mm)
20h - Doramundo (João Batista de Andrade, Brasil, 1977, 95 min, 35mm)

15 de julho (quinta-feira)
16h - A Que distância (Tania Hermida, Equador,2006, 92 min, Digibeta)
18h - Música Feroz (Marcelo Piñeyro, Arg/Esp, 1993, 130 min, 35mm)
20h - Hiroshima (Pablo Stoll, Uru/Esp/Col/Arg, 2009, 80 min, 35mm)

16 de julho (sexta-feira)
16h - A Babá (Sebastián Silva, Chile, 2009, 96 min, Digibeta)
18h - Vlado, 30 anos depois (João Batista de Andrade, Brasil, 2005, 84 min, Digibeta)
20h - Plata Quemada (Marcelo Piñeyro, Arg/Esp/Fra/Uru, 2000, 125 min, 35mm)

17 de julho (sábado)
16h - Vlado, 30 anos depois (João Batista de Andrade, Brasil, 2005, 84 min, Digibeta)
18h - 25 Olhares - 200 Minutos - Parte 2 (Vários Diretores, Argentina, 2010, 88 min, 35mm)
20h - Música Feroz (Marcelo Piñeyro, Arg/Esp, 1993, 130 min, 35mm)

18 de julho (domingo)
16h - Ao Mar (Pedro González-Rubio, México, 2009, 73 min, 35mm)
18h - Dois Irmãos (Daniel Burman, Argentina, 2010,107 min, 35mm)

CINESESC - 329 lugares
Rua Augusta 2075 - Jardins
Tel. (11) 3087-0500


13 de julho (terça-feira)
19h - Impulso (Mateo Herrera, Equador, 2009, 84 min, 35mm)
21h - Carmo (Murilo Pasta, Bra/Esp/Pol, 2008, 100 min, HDCAM)

14 de julho (quarta-feira)
19h - Ilusões Óticas (Cristián Jiménez, Chi/Por/Fra, 2009,105 min, 35mm)
21h - A Fuga da Mulher Gorila (Felipe Bragança, Marina Meliande, Brasil, 2009, 82 min, HDCAM)

15 de julho (quinta-feira)
19h - XXY (Lucía Puenzo, Argentina, 2007, 86 min, Digital)
21h - As Viúvas das Quintas-feiras (Marcelo Piñeyro, Arg/Esp, 2009, 122 min, 35mm)

16 de julho (sexta-feira)
19h - A Falta Que Me Faz (Marília Rocha, Brasil, 2009, 85 min, 35mm)
21h - Estrada para Ythaca (Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diógenes, Ricardo Pretti, Brasil, 2010, 70 min, HDCAM)
23h - Quebra-Cabeças (Natalia Smirnoff, Argentina, 2009, 87 min, 35mm)

17 de julho (sábado)
19h - Água Fria do Mar (Paz Fábrega, C.Rica/Fra/Esp/Hol/Mex, 2009, 83 min, Digibeta)
21h - Natimorto (Paulo Machline,Brasil, 2009, 92 min, 35mm)
23h - A Casa Muda (Gustavo Hernandez, Uruguai, 2010, 78 min, Digital)

18 de julho (domingo)
19h - Escolas de Cinema - Programa 1
21h - Hiroshima (Pablo Stoll, Uru/Esp/Col/Arg, 2009, 80 min, HDCAM)


MIS - MUSEU DA IMAGEM E DO SOM - 177 lugares
Av Europa 158 - Jardim Europa
Tel (11) 2117-4777


13 de julho (terça-feira)
16h - O Que Você Faria? (Marcelo Piñeyro, Arg/Esp/Ita, 2005, 115 min, 35mm)
18h - Whisky (Juan Pablo Rebella, Pablo Stoll, Uru/Arg, 2003, 95 min, 35mm)
20h - O País dos Tenentes (João Batista de Andrade, Brasil, 1985, 86 min, Beta SP)

14 de julho (quarta-feira)
16h - Impulso (Mateo Herrera, Equador, 2009, 84 min, 35mm)
18h - Machuca (Andrés Wood, Chi/Esp, 2004, 120 min, 35mm)
20h - A Aura (Fabián Bielinsky, Argentina, 2005, 134 min, DVD)

15 de julho (quinta-feira)
16h - O Banheiro do Papa (César Charlone, Enrique Fernández, Uru/Bra/Fra, 2007, 97 min, 35mm)
18h - Kamchatka (Marcelo Piñeyro, Arg/Esp/Ita, 2002, 103 min, 35mm)
20h - Cinema, Aspirinas e Urubus (Marcelo Gomes, Brasil, 2005, 99 min, 35mm)

16 de julho (sexta-feira)
16h - A Teta Assustada (Claudia Llosa, Per/Esp, 2009, 94 min, 35mm)
18h - Ilusões Óticas (Cristián Jiménez, Chi/Por/Fra, 2009,105 min, 35mm)
20h - Dawson, Isla 10 (Miguel Littin, Chile/Bra/Ven, 2009, 100min, 35mm)

17 de julho (sábado)
16h - Gigante (Adrián Biniez, Uru/Arg/Ale/Hol, 2009, 90 min, 35mm)
18h - Cinzas do Paraíso (Marcelo Piñeyro, Argentina, 1997, 123 min, 35mm)
20h - Rua 6, s/nº (João Batista de Andrade, Brasil, 2002, 100 min, 35mm)

18 de julho (domingo)
16h - Quebra-Cabeças (Natalia Smirnoff, Argentina, 2009, 87 min, 35mm)
18h - Do Outro Lado da Lei (Pablo Trapero, Arg/Chi/Fra/Hol, 2002, 105 min, 35mm)


CINUSP “Paulo Emílio” - 240 lugares
Rua do Anfiteatro, 181 Favo 4 - Cidade Universitária
Tel. (11) 3091-3540


13 de julho (terça-feira)
16h - Nove Rainhas (Fabián Bielinsky, Argentina, 2000, 115 min, DVD)
19h - Cidade de Deus (Fernando Meirelles, Katia Lund, Brasil, 2002,130 min, 35mm)

14 de julho (quarta-feira)
16h - Diários de Motocicleta (Walter Salles, Arg/Bra/Per/Chi/EUA, 2003 126 min, DVD)
19h - O Pântano (Lucrecia Martel, Arg/Esp, 2000, 102 min, 35mm)

15 de julho (quinta-feira)
16h - O Abraço Partido (Daniel Burman, Arg/Fra/Ita/Esp, 2004, 102 min, DVD)
19h - E Sua Mãe Também (Alfonso Cuarón, México, 2001, 105 min, 35mm)

16 de julho (sexta-feira)
16h - O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias (Cao Hamburguer, Brasil, 2006, 110 min, 35mm)
19h - O Filho da Noiva (Juan José Campanella, Arg/Esp, 2001, 124 min, 35mm)

SALA CINEMATECA BNDS - 240 lugares
Largo Sen. Raul Cardoso, 207 - Vila Clementino
Tel. (11) 3512-6111


13 de julho (terça-feira)
16h - Escolas de Cinema - Programa 2
18h - Portinari, um Pintor de Brodósqui (João Batista de Andrade, Brasil,1968, 10 min, 35mm)
Greve! (João Batista de Andrade, Brasil, 1979, 37 min, 16mm)
Liberdade de Imprensa (João Batista de Andrade, 1966, 25 min, 16mm)
20h - Noturno de Bachelard (José Eduardo Alcázar, Paraguai, 2010, 73 min, DVCAM)

14 de julho (quarta-feira)
16h - Escolas de Cinema - Programa 3
18h - O Filho da Televisão (João Batista de Andrade, Brasil, 1969, 30 min, 35mm)
Gamal, o Delírio do sexo (João Batista de Andrade, Brasil,1969, 90 min, 35mm)
20h - Um Lugar Distante (José Ramón Nóvoa, Ven/Arg/Esp, 2010, 105 min, 35mm)

15 de julho (quinta-feira)
16h - Pauliceia Fantástica (João Batista de Andrade, Brasil, 1970, 100 min, 16mm)
Eterna Esperança (João Batista de Andrade, Brasil, 1971, 30 min, 16mm)
18h - Escolas de Cinema - Programa 4
20h - Mesa de Debate

16 de julho (sexta-feira)
16h - Escolas de Cinema - Programa 5
18h - Migrantes (João Batista de Andrade, Brasil, 1972, 7 min, 16mm)
Restos (João Batista de Andrade, Brasil, 1975, 10 min, 16mm)
Buraco da Comadre (João Batista de Andrade, Brasil, 1975, 10 min, 16mm)
Wilsinho Galileia (João Batista de Andrade, Brasil, 1978, 82 min, 16mm)
20h - Paraíso (Héctor Gálvez, Per/Ale/Esp, 2009, 91 min, Digibeta)

17 de julho (sábado)
15h - Escolas de Cinema - Programa 6
17h - Travessia (João Batista de Andrade, Brasil, 2009, 79 min, DVCAM)
19h - Juntos (Nicolás Pereda, Mex/Can, 2009, 73 min, Digibeta)
21h - Leite e Ferro (Claudia Priscilla, Brasil, 2010, 72 min, HDCAM)

18 de julho (domingo)
14h - O Que Você Faria? (Marcelo Piñeyro, Arg/Esp/Ita, 2005, 115 min, 35mm)
16h - A Próxima Vítima (João Batista de Andrade, Brasil, 1983, 93 min, 35mm)
20h - Gasolina (Julio Hernández Cordón, Guatemala, 2008, 71 min, Digibeta)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

quarta-feira, 24 de março de 2010

AVATOU-SE

Uma tribo de seres azuis que fogem de um vilão malvado… Não, esse não é o filme dos Smurfs (que deve sair em 2011) é o mundialmente famoso Avatar: a mais nova pretensão cinematográfica de James Cameron.
Não vou entrar nos detalhes da história, pois é bem possível que o caro leitor já tenha assistido ao filme ou no mínimo saiba do que se trata. Ao invés disto, irei comentar sobre um detalhe a cerca do lançamento da película que me incomoda profundamente: a cada ano que passa, e a cada filme que é lançado tenho uma maior impressão do quão pequena é a concepção histórica do público cinematográfico. É claro que ninguém é obrigado a ter um doutorado em cinema iraniano para emitir uma opinião, mas alguns comentários simplesmente necessitam de um embasamento um pouquinho maior.

Antes de assistir ao filme, não foram poucos os lugares e as pessoas que ouvi adjetivar Avatar como "revolucionário", na verdade, apesar de nem todos serem tão radicais a esse ponto, apenas uma pessoa havia me dito que não gostara. Confesso que quando resolvi assisti-lo eu já tinha um posicionamento pouco favorável a esse conceito de Avatar como "revolução do cinema", mas fora isso procurei ter o mínimo de idéias pré-concebidas e o mínimo de preconceitos, afinal o fato de ser um fenômeno comercial não significa que o filme seja ruim.

Uma outra crítica positiva que ouvi diversas vezes foi que a história do filme era ótima e completamente imersiva. Não discutirei o quão imersiva ela é, pois acredito que seja um conceito muito relativo, mas de todo modo "história ótima" já é um pouco de exagero. Havia ouvido qualquer comparação entre Avatar e a animação Pocahontas da Disney, mas essa associação se alojara em um limbo em meu cérebro que eclodiu enquanto eu via o filme. De fato, as semelhanças são gritantes: basta trocar os ingleses por terráqueos, os índios pelos na'vis, o governador Ratcliffe pelo coronel Miles, o ouro pelo unobtainminium, a árvore mística por… pensando bem, mantenha a árvore mística. Em relação a isso Avatar tem duas inovações: eles são azuis e eles tem um cabo USB na cauda (ou seria Firewire?).

Os defensores do filme logo dirão "mas a história foi escrita há quinze anos! Não foi feito antes por falta de tecnologia adequada!". Pocahontas foi lançado em 1995; não vou ser mesquinho a ponto de dizer que James Cameron, nesse ponto de sua carreira, tenha plagiado ou mesmo copiado a história da animação, mesmo porque, aparentemente ele teria escrito o roteiro por volta de 1994, mas se você escreve um filme e um ano depois outro é lançado com uma história tão semelhante assim, é quase uma questão de ética criativa repensá-la.

Toda essa relação entre os dois filmes é muito interessante e inútil, mas como eu comentei acima, o que me incomoda é uma outra questão. Há poucos filmes que podem assumir o status de revolucionários. O Nascimento de Uma Nação, O Gabinete do Dr. Caligari, Cidadão Kane, Deus e o Diabo na Terra do Sol, Um Cão Andaluz: esses são filmes revolucionários, visionários e transgressores, primeiramente porque transgrediram a linguagem cinematográfica. Avatar é um filme que se utiliza de uma tecnologia nova, mas o cinema não é se trata de tecnologia. Avatar equivale (numa analogia livre) não ao primeiro filme em cores, mas ao primeiro sucesso em cores (sucesso dividido entre …E o Vento Levou e O Mágico de Oz). Mas mesmo os dois filmes tidos como os dois primeiros filmes coloridos de sucesso não mantém seu padrão de clássicos por esse fato, provavelmente seriam clássicos mesmo se tivessem sido feitos em preto e branco. Avatar é, portanto, um filme com data de validade: se houvesse realmente uma grande história por trás de tanta tecnologia, poder-se-ia dizer que ele seria lembrado pelas próximas gerações, mas já que isso não acontece e, mais ainda, já que vivemos em uma era de evoluções tecnológicas tão rápidas, ouso dizer que em dez anos Avatar não será lembrado por ninguém (a não ser pelos locutores da Globo e Sbt que certamente anunciarão o filme como "um show de efeitos especiais").

De maneira geral, efeitos especiais não me impressionam tanto. Costumam demonstrar apenas como os estúdios possuem uma ótima e competente equipe de modelagem 3D e como possuem computadores avançados o suficiente para processarem texturas tão realistas. Não, esse tipo de inovação técnica que já nasce com dias contados não me impressiona, simplesmente porque o cinema independe disso.

Convido o leitor a assistir os próximos filmes que sejam tidos como "revolucionários" sem prestar atenção na tecnologia usada para narrar, mas na narração feita através da tecnologia. Convido-os a analisarem essa narração em seu contexto cinematográfico contemporâneo e só aí arriscarem a dizer "revolucionário" ou "transgressor". Quanto a Avatar, se aplicarem esse mesmo exercício tenho certeza que a palavra final não será muito diferente de "descartável".

segunda-feira, 1 de março de 2010

CINEBIXO - PROGRAMAÇÃO COMPLETA!



01 a 05 de março

O Plano 8 - Clube de Cinema - traz ao Instituto de Artes da Unesp a segunda edição do Cinebixo: a mostra de cinema da Semana dos Bixos. Este ano a mostra conta com mais de 60 filmes de mais de 10 países entre clássicos de longa-metragem e curtas-metragens obscuros, além de um dia especial dedicado exclusivamente a filmes de alunos e ex-alunos do Instituto. Em seus cinco dias de duração, o Cinebixo 2010 apresenta temas diários:Juventude, O Papel do Artista,Cinema Experimental,Animações e À Moda da Casa(que conta ainda com uma mesa redonda sobre a produção cinematográfica dentro do Instituto). Não deixe de conferir!

JUVENTUDE

01 de março | segunda-feira

Qual a diferença entre a juventude dos dias de hoje e a de tempos atrás? Buscando fazer esse paralelo, o Cinebixo 2010 apresenta dois filmes icônicos da década de 60 de dois mestres do cinema europeu.

14h

JULES E JIM - UMA MULHER PARA DOIS, de François Truffaut

Jules et Jim

França, 1962, pb, 105 min

16h

ZABRISKIE POINT, de Michelangelo Antonioni

Idem

Estados Unidos, 1969, color, 110 min

ANIMAÇÕES

02 de março | terça-feira

Experiências com formas animadas são feitas desde antes do surgimento do cinema e da fotografia. Neste dia o Cinebixo 2010 irá exibir diferentes formas de animação de diferentes épocas: desde desenhos convencionais até 3D, passando por intervenções em película, stop-motion e técnicas híbridas.

10h

SELEÇÃO DE CURTAS I

HUMOROUS PHASES OF FUNNY FACES, de J. Stuart Blackton

Idem

Estados Unidos, 1906, pb, 3 min

LITTLE NEMO, de Winsor McCay

EUA, 1911, PB , 10:31 min

EDUCAÇÃO PARA A MORTE, de Clyde Geronimi

Education for Death – The Making of the Nazi

Estados Unidos, 1943, color, 10 min

THE DOT AND THE LINE: A ROMANCE IN LOWER MATHEMATICS, de Chuck Jones

Idem

EUA, 1965, color, 10 min

NEIGHBOURS, de Norman McLaren

Idem

Canadá, 1953, color, 8 min

HEDGEHOD IN THE FOG, de Yuri Norstein

Rússia, 1975, color, 10min

HISTÓRIA TRÁGICA COM FINAL FELIZ, de Regina Pessoa

Idem

Portugal, 2006, pb, 7 min

MONA LISA DESCENDING A STARICASE, Joan Gratz

EUA, 1992 m color , 7min

MUTO, de Blu

Idem

Argentina, 2008, color,7 min

TYGER, de Guilherme Marcondes

Brasil, 2006 , color , 4:31min

LA MAISON EN PETIT CUBES, de Kunio Kantô

Tsumiki No Ie

Japão, 2008, color, 12 min

LE BUILDING, de Gobelins Studio

Idem

França, 2005, color, 2 min

PRINCES ET PRINCESSES, de Ochelot

França, 2000, color , 6min

SUPERFLAT MONOGRAM, de Takashi Murakami

Japão, 2003 , color , 5min

LAPSUS, de Juan Pablo Zaramella

Idem

Argentina, 2007, color/pb, 3 min

VIAGEM A MARTE, de Juan Pablo Zaramella

Argentina, 2007 , color, 16min

MADAME TUTLI PUTLI, de Chris Lavis & Maciek Szczerbowski

Idem

Canadá, 2007, color, 17 min

14h

UMA CILADA PARA ROGER RABBIT, de Robert Zemeckis

Who Framed Roger Rabbit

Estados Unidos, 1988, color, 104 min

16h

SELEÇÃO DE CURTAS II

LEGEND OF THE FOREST, de Osamu Tezuka

Japão. 1987 , pb/color , 29min

A GENTLEMAN’S DUEL, de Sean McNally & Francisco R. Velasco

Idem

Estados Unidos, 2006, color, 7’30 min

LUXO JR., de John Lasseter

Idem

Estados Unidos, 1986, color, 2 min

KNICK KNACK, de John Lasseter

Idem

Estados Unidos, 1989, color, 4 min

GERI’S GAME, de Jan Pinkava

Idem

Estados Unidos, 1997, color, 4 min

FOR THE BIRDS, de Ralph Eggleston

Idem

Estados Unidos, 2000, color, 3 min

ONE MAN BAND, de Mark Andrews & Andrew Jimenez

Idem

Estados Unidos, 2005, color, 4 min

LIFTED, de Gary Rydstrom

Idem

Estados Unidos, 2006, color, 5 min

PRESTO, de Doug Sweetland

Idem

Estados Unidos, 2008, color, 5 min

PARTLY CLOUDY, de Peter Sohn

Idem

Estados Unidos, 2009, color, 6 min

HUGH, Esma Studio

Idem

França, 2007, color, 9 min

OKTAPODI, de Gobelins Studio

Idem

França, 2007, color, 2’30 min

UNE HISTOIRE VERTEBRALE, de Jeremy Clapin

Idem

França, 2006, color/pb, 9 min

GRANNY O’GRIMM’S SLEEPING BEAUTY, de Nicky Phelan

Idem

Irlanda, 2008, color, 6 min

THE PEARCE SISTERS , de Luis Cook

Inglaterra, 2007, color, 9:15min

ALMA, de Rodrigo Blaas

Espanha, 2009, color, 6min

O PAPEL DO ARTISTA

03 de março | quarta-feira

O terceiro dia da mostra apresenta três filmes tratando das três linguagens abordadas no Instituto de Artes: música, artes cênicas e artes visuais. Procurando escapar dos biografemas, os filmes falam de seus assuntos de forma pouco óbvia.

10h

OS PALHAÇOS, de Federico Fellini

I Clowns

Itália, 1970, color, 92 min

14h

CRUMB, de Terry Zwigoff

Idem

Estados Unidos, 1994, color, 119 min

16h

TÔNICA DOMINANTE, de Lina Chamie

Idem

Brasil, 2000, color, 80 min

CINEMA EXPERIMENTAL

04 de março | quinta-feira

O Plano 8 fará neste dia três exibições do melhor do cinema experimental. Além de dois longas, haverá uma seleção especial de curtas-metragens, mostrando diversos realizadores em diversas épocas sempre com um espírito transgressor buscando subverter os conceitos vigentes da linguagem cinematográfica.

10h

ALICE, de Jan Svankmajer

Neco Z Alenky

Checoslováquia, 1988, color, 86 min

14h

SELEÇÃO DE CURTAS

LICHTSPIEL OPUS I, de Walter Ruttmann

Idem

Alemanha, 1921, color, 10 min

5/4, de Hieronim Newmann

Idem

Polônia, 1979, pb, 8 min

TANGO, de Zbigniew Rybczynski

Idem

Polônia, 1981, color, 8'30 min

MESHES IN THE AFTERNOON, de Maya Deren

Idem

Estados Unidos, 1943, pb, 13'30 min

DARKNESS, LIGHT, DARKNESS, de Jan Svankmajer

Tma, Svetlo, Tima

Checoslováquia, 1989, color, 10 min

O SONHO DE RAREBIT FIEND, de Edwin S. Porter

Dream of Rarebit Fiend

Estados Unidos, 1907, color, 8 min

MAMA, de Géza M. Tóth

Idem

Hungria, 2009, color, 9 min

ZDARZENE, de Hieronim Newmann

Idem

Polônia, 1989, color, 9'30 min

TERMINUS, de Trevor Cawood

Idem

Canadá, 2007, color, 8'30 min

16h

UM HOMEM COM UMA CÂMERA, de Dziga Vertov

Chelovek S Kino-Apparatom (Человек с Киноаппаратом)

Rússia, 1929, pb, 68 min

À MODA DA CASA

05 de março | sexta-feira

Em seu último dia, o Cinebixo exibirá uma seleção especial de curtas-metragens feitos por alunos e/ou ex-alunos de graduação e pós-graduação do Instituto de Artes da Unesp. Uma forma de difundir a produção local e incentivar o surgimento de novos trabalhos.

10h

SELEÇÃO DE CURTAS I

NA MIRA, de Ricardo Guidara

2007, color, 11’50 min

QUANTUM, de Joel Gustof

2007, color, 3’30 min

GRAFFITI QUARRELSOME, de Igor Shin

2008, color. 30 seg

TEMPESTADE, de Madesi

2009, color, 5’50 min

OCTOPUSSY AND THE EDGE OF THE KNIFE, de Freddy Leal e André Asai

2008, color, 3 min

SEN TO OTO, de Igor Shin

2006, pb, 3'10 min

METÁFORAS OU POR EXEMPLO AS CADEIRAS, de Ítalo Rodrigues

2009, color, 13 min

WEIRD FISHES, de Akira Sanoki e Mauro Salgado

2008, color, 5’20 min

PORTO PIXO, de Igor Shin

2008, color, 2'15 min

CUORE DI VINCENZO, de Ricardo Guidara

2009, color, 9’40 min

ÓPIO, de Joel Gustof

2009, color, 6’30 min

14h

SELEÇÃO DE CURTAS II

KUSUCHIRIBAI, de Igor Shin

2009, color, 2'30 min

MUDO, Uiu Cavalheiro

2008, color, 2’20 min

PRISMA, de Joel Gustof e Margarida Amorim

2009, color, 3 min

CET'AMOUR, de Ricardo Guidara

2008, color, 6’40 min

UM CONTO DE NINGUÉM, de Freddy Leal

2008, color, 17 min

TELETÚMULO, de Dharlan Telles

2007, color, 1’30 min

UM DIA SEM MIM, de Diego Castillo

2008, pb/color, 13’10 min

IS MY! IS MY! IS MY!, de Igor Shin

2006, color, 30 seg

DOCINHO, de Ricardo Guidara

2007, color, 4’30 min

RESPOSTA, de Will Andrade

2009, pb, 1 min

O TRISTE FIM DE EDU PERSON, de Freddy Leal

2009, color, 10’40 min

15h

MESA REDONDA: A PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA NO IA

Convidados:

FREDDY LEAL

Formado em artes visuais e mestrando em artes, é diretor e roteirista, além de ser um dos membros fundadores do Plano 8 - Clube de cinema do IA

RICARDO AQUINO

Aluno de composição e regência, pesquisa e atua como sound designer, área muito pouco conhecida e desenvolvida no Brasil.