segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Closer - Perto de Nós

Venho aqui expor minha opinião sobre o filme: eu adoro.

Voce não é a primeira pessoa que eu vejo ter essa reação, Freddy. Claro, cada um tem o direito de achar o que quiser, mas sinto que a grande maioria das pessoas que conversei e não gostaram do filme, captou parcialmente a mansagem, que é totalmente velada, assim como as razões pelas quais não conseguimos nos relacionar amorosamente.

Lembro bem de uma amiga, de referências muito tradicionais, uma espécie de caretice, digamos, que ficou simplesmente ultrajada após ver Closer. E ela nem soube dizer o porquê de maneira clara, só saiu da boca dela umas bufadas de indignação. Creio que foi exatamente pelo que foi colocado no texto abaixo como pseudo-crueldade, que, segundo minha amiga, era também forçada e, na minha opinião acho que a agrediu.

Enfim, acho que Closer nos agride um pouco sim. Pois é uma demonstração tocante de nossas incompetências e impotências sentimentais, e veladamente nos pergunta: por que somos infelizes no amor? Por que no meio de uma relação amorosa que funciona, somos levados a trocar a intimidade de uma amor que dura por uma visão? Por um encontro em que nem se sabe quem é o outro ou a outra?

Ciúme, idealizar o outro, cumplicidade, paixão. Fala de tudo isso de uma maneira, não diria crua, pelo contrário, não achei o filme óbvio ou escancarado, mas que nos indica que não sabemos inventar outros jeitos da amar que não esses, infelizes. E pior, essas dinâmicas nos tomam, e estão muito mais próximas de nós do que os sonhos de um relacionamento ideal.

Achei o personagem de Clive Owen a personificação do machinho, com aquele ciúme tipicamente masculino, segundo Contardo Caligaris, "uma competição com o outro, um duelo de espadas, uma esgrima homosexual, que tem pouco a ver com a amada e muito a ver com as excitantes lutinhas de infância."

Espero que o filme, para aqueles que o acolhem, claro, nos ensine a descobrir jeitos menos desafortunados de amar e estar com o outro de verdade.

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